Nesta secção, apresentam-se as pessoas que tornaram possível a realização deste projeto. É através das suas histórias que identificamos diferentes formas de ver e de estar no mundo, permitindo-nos refletir sobre perda, lutaresiliência, crescimento, trabalho, família e amor.

O projeto conta com o apoio do fotojornalista Paulo Pimenta, sendo da sua autoria todas as fotografias apresentadas de seguida. 

 

Isabel Martins

Isabel viveu uma infância e adolescência feliz, junto da sua família: "A minha infância foi espetacular… fui uma menina muito mimada, estudei em colégios particulares… tive uma boa vida. A adolescência também foi ótima. Deixei de estudar porque resolvi que tinha de ir trabalhar… arrependi-me seriamente de ter deixado de estudar [...] eu gostava de ter tirado enfermagem". Trabalhou durante vários anos, entre os quais sempre viveu no Porto com a mãe e teve o seu único filho: "Eu vivi 50 anos com a minha mãe. Vivi parte da minha vida com a minha mãe, até ela morrer [...] Sempre fui eu sozinha, com o Miguel [filho] e a minha mãe". Sobre a sua relação com o Miguel, explica que "sempre fomos muito unidos... e agora é um bocado complicado, tanto para mim como para ele, estarmos separados... continuamos a estar juntos, mas já não temos aquela cumplicidade, em casa, de cozinharmos, de fazermos bolos". 

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João Rocha

O João nasceu em Angola, onde viveu os primeiros anos de vida com os seus pais e irmãos: "Eu nasci em Angola, na cidade de Lubango, em 1957. O meu pai tinha lá um negócio [...] e depois, em 1965, veio para o Porto, para Costa Cabral. Em 1966, [o pai] concorreu a Gaia, para um bairro... até hoje, vivo lá.". Já em Portugal, começou a frequentar a escola, no ensino básico, e sempre teve dificuldades de aprendizagem e de adaptação, por isso, cedo abandonou os estudos e começou a trabalhar para ajudar a família: "depois não quis estudar, o meu pai pôs-me a trabalhar, aos 14 anos, na oficina de serralheiro.". Apenas conseguiu terminar a sua formação anos mais tarde: "Eu fiz o 6º ano de escolaridade numa formação, em 2005. Fiz o 9º (ano) agora, no ano passado, no Externato de Santa Clara."

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José Carlos Pereira

Cedo rejeitado pela maior parte da família próxima, o José Carlos foi adotado quando ainda era muito novo: "(Eu) tinha uma madrinha... e tinha o meu avô... eles tinham o intuito de me vender a um casal rico. Só que eu tinha uns tios que gostavam muito de mim e evitaram, levaram-me para casa deles [...] como não tinham filhos, eu era o filho deles.".

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Carlos Rodrigues

O Carlos viveu uma infância difícil, marcada por mudanças repentinas, além de algumas perdas: "Eu e o meu irmão mais velho... como a minha mãe e a minha avó não tinham maneira de estar sempre a tomar conta de nós, a Junta (de freguesia) decidiu meter-nos num colégio, na Santa Casa da Misericórdia [...] Eu fui para lá, mais ou menos com 1 ano/1 ano e meio [...] Elas iam lá visitar-nos, tinham umas horas... mas depois a minha mãe começou com os problemas de saúde, começou a ficar internada no Hospital [...] A minha mãe, pronto, alimentava-se mal e só bebia... foi quando ela começou a ganhar a cirrose. Com os seus 35 anos, tinha falecido [...] e nós acabámos por ganhar mais confiança com o nosso pai desde que a minha mãe acabou por falecer... ele depois é que começou a fazer-nos lá as visitas".

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Manuel Sousa

O Manuel cresceu em Marco de Canaveses e mudou-se para o Porto quando tinha os seus 20 anos. Sempre foi um amante de futebol e fez parte de vários clubes, dedicando-se a esse desporto. Mais tarde, teve que desistir dessa atividade para trabalhar e conseguir ajudar a mãe: "Tive que optar pelo futebol ou trabalhar, porque a minha mãe era uma pessoa que não conseguia ter dinheiro para tudo [...] 'tive a trabalhar em serração. Depois o segundo trabalho que eu tive foi a minha irmã (que arranjou)... era um armazém grande, eu comecei para lá a embalar roupas. Fui sempre uma pessoa produtiva, uma pessoa humilde. [...] 'tive em Espanha a trabalhar, depois 'tive a trabalhar em França.".

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